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4.6.04
COBRA ANUNCIA SOFTWARE LIVRE PARA APLICAÇ?O DE DESKTOP
O novo Freedows tem código aberto e é totalmente compatível e custará 1 décimo do Office
Imagine um sistema operacional completo, com toda a suíte de aplicativos, como processador de texto, planilha e navegador, custando algo como US$ 27.00 ao ano para o usuário. Agora, pense um pouco mais longe, e imagine que este conjunto de software tem todas as funcionalidades, facilidades de uso e simplicidade de instalaç?o dos produtos proprietários que s?o tidos por padr?o de fato.
Com o novo Freedows da Cobra, tudo isto já é realidade. O Freedows n?o é só um desktop inédito, baseado em software de código livre. Ele é, virtualmente, uma revoluç?o em termos de software para uso cotidiano e um enorme passo em direç?o é inclus?o digital no Brasil. E mais: por custar algo em torno de uma vigésima parte dos produtos Microsoft, o Freedows é um argumento fortíssimo contra a pirataria de software e os gigantescos prejuízos que ela causa ao Estado.
Embora a adoç?o de software livre já seja comum nas plataformas de servidores, a disseminaç?o dessa alternativa para os desktops tem esbarrado em dois obstáculos: a cultura dos usuários, acostumados ao sistema operacional e aos aplicativos da Microsoft, e o legado de aplicaç?es em Windows, que muitas vezes ainda n?o t?m similares para ambientes abertos.
Para superar essas barreiras, a Cobra Tecnologia estabeleceu uma parceria com a Associaç?o Brasileira das Empresas de Software Livre (Abrasol) para o desenvolvimento e o suporte ao Freedows, um sistema operacional baseado em Linux, com interface gráfica semelhante é do Windows XP e suporte a aplicaç?es Win32, e ao FreeOffice, uma customizaç?o da suíte Open Office, com uma interface mais parecida com os produtos do pacote MS Office.
A interface do Freedows permite que se aproveite o conhecimento dos usuários em outras plataformas
Segundo Sandro Nunes Henrique, presidente da Abrasol, o grupo de desenvolvimento do Freedows adaptou a interface gráfica Gnome para contemplar os comandos da interface Windows.
"Funçôes como ctrl+alt+del para aparecer a lista de aplicaç?s ativas, compartilhar unidades ou procurar impressoras s?o feitas da mesma forma", exemplifica.
Além de reproduzir o ambiente de trabalho do Windows, o novo sistema operacional roda cerca de 700 aplicaç?es Win32, através da camada Wine. "N?o se trata de um emulador. É um interpretador de chamadas", salienta Nunes. Com a nova tecnologia, as aplicaç?es Windows comportam-se de forma semelhante ?s applets Java sobre uma máquina virtual.
Na prática, o usuário pode continuar trabalhando com software desenvolvido para Linux ou Windows. Esta facilidade é fundamental para segmentos como o de editoraç?o ou design, em que n?o há ainda muitas alternativas profissionais de software livre, além da quest?o de preservaç?o dos investimentos.
No segmento de aplicativos de produtividade pessoal (processador de texto, planilha, sofware de apresentaç?oo e ferramenta de desenho), a suíte Open Office, em vers?s para Linux e Windows, já é bem-conhecida entre usuários finais e corporaç?es públicas e privadas. O pacote inclui praticamente todas as funcionalidades do MS Office e é bastante flexível para abrir e salvar arquivos em diversos formatos. No FreeOffice, a interface ficará ainda mais semelhante é do MS Office, inclusive para aproveitar melhor os conhecimentos dos usuários e do pessoal de help desk. Até o segundo semestre, o produto ganhará outras melhorias, como acréscimos de dicionários, filtros e APIs (Application Program Interface) mais bem documentadas.
"Além de vender o produto, a Cobra vai apoiar as customizaç?es de software e prestará suporte e serviços de help desk", menciona Batista. "A Cobra já dá suporte ao Linux, utilizado em servidores e terminais no Banco do Brasil. Atender aos usuários de Freedows e FreeOffice seria uma extens?o do trabalho que já fazemos", lembra.
1:13 PM
1.5.04
Rede Mosaico
A Rede Mosaico começou a ser formada no Fórum Social Mundial de 2004, em
Mumbai, Índia. Tem como objetivo mundializar a campanha para formação da
Biblioteca do Fórum Social Mundial, que está sendo construída há quatro
anos e que tem sua sede na sala 309 da Usina do Gasômetro, em Porto
Alegre. A campanha é uma iniciativa do Acampamento Intercontinental da
Juventude e Prefeitura de Porto Alegre e integra o projeto Memória do
Fórum Social Mundial e Fórum Mundial de Educação.
1. Aspectos importantes da campanha:
* Temos quatro mil livros, que chegaram a Porto Alegre nas edições do
Fórum Social Mundial e Fórum Mundial de Educação, desde 2001. Estamos
qualificando e ampliando o acervo a partir de uma ampla campanha mundial.
* O Mosaico dos Livros e a Bandeira das Bandeiras integram o projeto
Memória do Acampamento da Juventude no FSM.
* A partir da edição do Fórum da Índia, em 2004, assim como vem ocorrendo
com o FSM, o Mosaico de Livros passou a mundializar-se também.
* Recolhemos livros na Casa Brasil, em Mumbai, Índia, que já chegaram a
Porto Alegre levados pelo barco da organização japonesa Peace Boat,
integrante do Conselho Internacional do Fórum. São livros em diversas
línguas orientais e que ajudam a fazer do acervo um grande símbolo contra
o fordismo cultural.
* Na Índia, foram contatadas muitas pessoas para a formação da rede
Mosaico. Esta rede está se concretizando a partir deste momento. Seu
objetivo é juntar unir para a campanha.
* Neste momento, estão sendo criados na Europa nódulos da Rede Mosaico,
interligados por uma lista de discussão e informação por e-mail. Por que
Europa? Porque o poder de difusão da idéia a partir daqui é bem maior que
em outras partes do mundo como África, América Latina e Ásia, hoje. Por
isso contamos com a grande força de mobilização que nossos companheiros
têm aqui, sem esquecer as de outros lugares, é claro.
* A Rede Mosaico de Livros pretende ser também uma plataforma de
discussão de idéias, intercâmbio de opiniões e conta com um site com
espaço para publicação de notícias dos diferentes núcleos e pessoas que
participam da campanha. Basta entrar na página
(www.mosaicodelivrosfsm.org) e mandar um e-mail para o contato. Vamos
alimentar o site com tudo o que chegar (artigos, resenhas, notícias de
todos os núcleos em todas as línguas).
* Mosaico quer ser uma rede bastante real a construir algo muito
concreto, além de proporcionar um grande espaço para discutir e levar aos
quatro cantos do mundo idéias sobre copyleft, formação de leitores, e os
novos conceitos do Fórum Social Mundial e que circulam hoje em um âmbito
um tanto restrito.
2. Mosaico Real e Mosaico Digital
* Pretendemos construir uma grande biblioteca mundial de alternativas
dentro dos eixos do Fórum e que possa ser acessada por pessoas no mundo
todo. Precisamos de muitas coisas para isso, e dividimos a campanha nos
seguintes estágios:
2.1) buscar os livros em todo o mundo, em todas as línguas, com todas as
idéias que circulam no FSM (momento em que vivemos hoje)
2.2) disponibilizar o conteúdo dos livros na internet (no caso de
copyleft - livros integrais no de copyright, resumos que geram creative
commons específicos para a rede Mosaico. Contamos com ajuda da
organização Creative Commons Europa para nos apoiar no que se refere às
leis de copyright).
Esses dois momentos podem ser chamados de:
- Mosaico Real (a biblioteca física em Porto Alegre e que funciona como
um poderoso símbolo)
- Mosaico Virtual (a biblioteca on-line integrando os mais diferentes
acervos de coletivos do mundo todo).
3. Os núcleos
Têm como objetivo mundializar a campanha, através de dois tipos de ações:
a) locais, em seus países e regiões. Uma ação local importante é reunir
livros de alternativas dentro dos eixos do Fórum e enviá-los a Porto
Alegre. Os livros podem ser enviados pelo correio - o endereço está
divulgado na nossa página web (www.mosaicodelivrosfsm.org) ou de alguma
outra maneira que o núcleo de cada país considere mais eficaz, como por
exemplo, enviar por navio a Porto Alegre. Nesse caso, as condições para
tal devem ser criadas. Uma alternativa bastante viável é contatar os
diferentes coletivos e pessoas que vão a Porto Alegre no próximo Fórum
Mundial de Educação (de 28 a 31 de julho em Porto Alegre) e Fórum Social
Mundial, em janeiro de 2005.
b)mundiais, espalhando a notícia para outros países, via internet ou
participando de diferentes eventos, tais como o próximo Fórum Social
Europeu, em Londres.
4. Festa do Scaneamento
Como queremos disponibilizar o acervo na Internet, o pessoal do Indimidia
de Londres chegou à idéia de organizar um dia mundial de escaneamento de
livros. A idéia é integrar as diferentes bibliotecas de organizações e de
ativistas espalhados pelo mundo para que copiem e distribuam livros que
foram publicados em copyleft.
Mais tarde explicaremos mais como isso vai funcionar, com a ajuda de
companheiros que trabalham com software livre na Espanha e Índia, e
Indimidia da Inglaterra, e como identificar se um livro foi publicado em
copyleft ou não.
Se a campanha der certo, o site Mosaico de Livros pode funcionar como um
grande portal interligando as diferentes bibliotecas comunitárias e dos
movimentos sociais existentes. Cada uma dessas bibliotecas poderá
disponibilizar parte de seu acervo on-line por meio de softwares já
existentes e utilizados por bibliotecas livres on-line tais como as dos
projetos Alqua e Sindominio, da Espanha.
Temos uma lista de pessoas que já foram contatadas e que integram a
campanha Mosaico de Livros. Cada um desses países é chamado genericamente
de núcleo, muito embora haja pessoas que façam parte do núcleo duro da
campanha em cada país, como os nomes assinalados. Essas pessoas são as
que se ofereceram para organizar a formação dos núcleos em seus países e
devem ser contatadas preferencialmente em cada um desses locais para
termos ações mais concretas e organizadas. Isso não significa que as
demais pessoas não estejam totalmente autorizadas para fazer a campanha a
seu modo em suas áreas de atuação. Quem mais quiser se oferecer para
fortalecer esse núcleo mais ativo será muito bem vindo. Gracias.
Jéferson.
8:05 PM
24.4.04
O Supremo e o software...
>
> Joaquim Falcão
> Diretor da Fundação Getúlio Vargas e professor de direito da Universidade
> Federal do Rio de Janeiro
> O Supremo Tribunal Federal por unanimidade acompanhou o ministro Ayres de
> Brito e sustou os efeitos da lei gaúcha que dava preferência ao uso do
> software livre na administração pública. Alguns temeram que a decisão
> revelasse posição contrária ao software livre.
>
> O temor não se justifica. A decisão do STF não revela preconceito contra o
> software livre. Aliás, a bem da verdade, só indiretamente dele tratou. A
> eventual inconstitucionalidade seria porque o Legislativo regulou matéria
> de competência do Executivo. Ainda por cima, a preferência é incompatível
> com o princípio da imparcialidade e impessoalidade que rege a
> administração pública. Se a lei tivesse tratado de bananas ou automóveis,
> a inconstitucionalidade seria a mesma. A decisão foi contrária ao processo
> legislativo adotado. E não contra o produto.
>
> Chega assim aos nossos tribunais batalha que ocorre em tribunais da Europa
> e Estados Unidos: software livre contra o software proprietário. Daquele
> cujo código fonte pode ser compartilhado e aperfeiçoado contra aquele em
> que só o proprietário tem acesso ao código fonte. Mudanças não são
> permitidas. O uso é controlado e oneroso.
>
> Batalha contra a Microsoft?, pergunta-se logo. Não. O capitalismo decidiu
> séculos atrás que monopólio pode fazer bem a curto prazo, mas faz mal a
> longo prazo. Ninguém desconhece a contribuição fundamental de Gates para o
> mundo moderno. A batalha é contra o eventual uso monopolístico dessa
> contribuição civilizatória.
>
> O desafio é complexo porque o software proprietário sempre escapou das
> normas de direito administrativo. Apresenta-se erroneamente como uma
> inevitabilidade tecnológica. Por exemplo: ao licitar compra de
> computadores, os concorrentes forneciam também Windows e Word embutidos.
> Formalmente, não cobravam nada por eles. Eram juridicamente gratuitos,
> embora economicamente não pudessem sê-lo. A administração pública adotava
> quase sem querer o software proprietário. O monopólio se consolidava antes
> da compra, longe das normas da administração.
>
> Na verdade, o governo gaúcho ou qualquer governo não precisa de nova lei
> para usar o software livre. Nada mais lícito do que optar por softwares
> que se adaptem às necessidades públicas ao longo do tempo. O software
> livre permite e o proprietário não. São produtos de características vitais
> completamente diferentes. Gêneros da mesma espécie. Escolher o gênero que
> lhe convém é poder discricionário da administração publica. É fator
> diferenciador suficiente.
>
> O procurador chefe do ITI, Marcelo Thompson, vai além. Defende que a
> eventual preferência ao software livre decorre de mandamento
> constitucional, do compromisso com o princípio da publicidade dos atos da
> administração pública. E justifica. Qualquer software estabelece centenas
> de procedimentos administrativos embutidos que podem vir a violar
> direitos. É fundamental, então, que a administração e os cidadãos conheçam
> detalhes destes procedimentos. O software proprietário, ao não revelar seu
> código fonte, não permite a transparência necessária.
>
> Thompson dá exemplo. O TSE foi levado a abrir o código fonte do software
> para que os partidos estivessem seguros de que a urna eletrônica não
> continha procedimentos que violassem a vontade dos eleitores. Quem obrigou
> o TSE a abrir o código fonte não foram os partidos. Foi o princípio
> constitucional da publicidade, da transparência dos atos administrativos.
>
> A decisão do Supremo lida com um conflito de princípios: de um lado, o
> principio da impessoalidade e imparcialidade da administração pública. De
> outro, os princípios da livre concorrência e da publicidade dos atos
> administrativos. Como defender a livre concorrência sem infringir a
> imparcialidade é o desafio maior da administração pública.
>
> Resta palavra derradeira. O Congresso americano se reuniu recentemente
> para investigar se Microsoft era realmente um monopólio. Os melhores
> juristas, cientistas e economistas foram convocados. O melhor argumento,
> porém, não veio deles. Veio do pedido de um depoente na sala de
> audiências. ''Senhores congressistas, permitam-me pedir-lhes um favor.
> Aqueles que usam Word e Windows levantem a mão!'' Todos levantaram. Ele
> exclamou: ''This is monopoly!'' E mais não disse.
12:38 PM
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